Março 15, 2022

Ada de Castro

Uma das vozes mais ativas da cena musical do fado em Lisboa a partir da década de 1960, nasceu no bairro do Castelo a 13 de agosto de 1937. A sua primeira atuação num restaurante de fado ocorreu no Solar da Hermínia, no Bairro Alto. Foi lá que pela primeira vez, pela mão da sua futura madrinha, Hermínia Silva, lhe foi colocado o xaile que simbolicamente assinalava o seu reconhecimento como cantadeira de fado. Em março de 1960, aos 23 anos, Ada foi convidada para o elenco do restaurante O Faia, estreando-se profissionalmente como fadista. 

A chegada aos microfones da Emissora Nacional logo no início da sua carreira terá sido fundamental para o sucesso rapidamente alcançado, impulsionado o seu célere reconhecimento nacional. Após cantar pela primeira vez no programa Serões para Trabalhadores, Ada de Castro foi contactada pelo diretor do restaurante Folclore, que a escolheu para integrar o seu elenco. Sob a alçada do Folclore apresentou-se em diversas salas de espetáculo nacionais e internacionais, destacando-se as frequentes deslocações junto das comunidades portuguesas, bem como importantes representações de Portugal em países como Espanha, Austrália, Suécia, Bélgica, Holanda, Japão, China, França, Itália, Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Canadá, Macau, Hong Kong, entre outros.

Ao longo da sua carreira passaria ainda por outros restaurantes de fado de renome, como A Toca, Adega Machado, Senhor Vinho, A Severa, entre outros. Em 1966 usufruiu também de uma breve passagem pelo teatro de revista, no Teatro Maria Vitória, integrado o elenco da peça Tudo à Mostra, onde celebrizou a canção “Na Hora da Despedida”. O seu primeiro disco foi gravado na Emissora Nacional em 1961 e desde então gravou mais de 560 fados e marchas, para editoras como a Alvorada, a Valentim de Carvalho, Philips, Estúdio, Movieplay, Polydor, Orpheu e Ovação. Ao longo da sua prestigiada carreira, Ada de Castro ganhou vários prémios nacionais e internacionais. 

Hoje já não canta profissionalmente, mas mantém vivo o seu gosto de cantar fado e continua a contagiar com a sua voz velada aqueles que, por sorte, ocasionalmente têm o privilégio de a escutar.

Maria Espírito Santo

13/08/2021